Dia 13 de Agosto. Após semanas de códigos e criação de data bases, o Passaneura “nasceu”. O trabalho não foi fácil, pois, como de costume, eu fiz tudo sozinha. Diferente do que era na época, eu já comecei com domínio comprado e servidor próprio. O motivo? Todo mundo usava serviços gratuitos, como, por exemplo, WordPress free e eu tinha certeza que o serviço um dia iria morrer. A minha ideia é sempre evitar perdas e não perder tempo de trabalho. O raciocínio foi simples: se é para ter algo, eu quero ter algo direito e não pelas coxas.
O dia 13 não foi escolhido aleatoriamente, lógico. O número 13 é o meu número da sorte. O motivo? Na época do colégio, a minha chamada era por números e o número 13 sempre assombrava as crianças que eram o 13. O que eu decidi? O número 13 é desprezado, logo deve ter o MEU número da sorte. Por isso, o Passaneura foi ao ar no dia 13 de agosto, porque não bastava ter o número desprezado, deveria ser também no mês mais odiado por alguns. Quem nunca ouviu o “mês de agosto, o mês do desgosto”.
O meu eu
Eu sempre fui uma pessoa protetiva. No colégio, eu automaticamente colocava debaixo das minhas asas quem sofria bullying e é exatamente este o motivo de eu não aceitar bullying perto de mim, seja com quem for. É inadmissível. Então protejo pessoas ao meu redor e também o mês desgostoso.
O nome Passaneura tem ligação com o tal remédio calmante. Eu tomava para me acalmar antes das provas da faculdade. Era religioso tomar uma colherinha de Passaneuro. Quando eu pensei em ter blog, o nome veio em minha mente “Passaneura”, com A no final, para ser meu nome e desde então esse é o meu nickname oficial na internet. Mas porque um nickname? Porque na época eu tinha algumas pessoas insistentemente tentar se aproximar de mim, pois na época eu trabalhava em parceria com a Sony Music Brasil. Daughtry, David Cook, Rihanna, Lady Gaga… já trabalhei internamente em projetos de lançamento desses artistas e outros, quando não eram conhecidos. É algo muito legal, mas que eu, em 10 anos de blog, nunca me senti 100% segura em falar. É complicado as pessoas definirem o que é você e o que é o seu trabalho. É difícil ouvir que você é mentirosa ou ouvir que tal pessoa é sua amiga por interesse. Não é fácil, ainda mais para uma menina de 21 anos… Hoje, com 32 anos, após escrever mais de uma dezena de livros, eu consigo administrar tudo muito bem, obrigada 🙂
Voltando ao Passaneura. Muita coisa mudou. Eu não moro mais no Brasil e basicamente aposentei o blog. Hoje em dia eu moro na Islândia, tiro foto com o Montanha do Game of Thrones e com os meus artistas favoritos da vida. A vida aqui é feliz e eu me sinto confortável de dizer isso. Antes eu não me sentiria, ou por medo ou por ter que lidar com pessoas que eu diria… más. As pessoas tratam como se fosse sorte conseguir realizar o meu sonho, que é morar aqui. Queria eu dizer que é sorte. Não é. Foi muito trabalho suado, muita noite virada trabalhando em 4-5 empregos diferentes.
Eu tenho 1,73 e estava com 1,75 nessa foto!
Um fato é que eu nunca tive sorte. A realidade é que eu sou uma pessoa esforçada. 4-5 empregos. Paguei a minha faculdade sozinha fazendo bijuterias, bordados, roupas e chocolate. É ofensivo quando alguém me olha nos olhos e fala “caramba, como você tem sorte”. Isso é ofensivo e fica de lição para a vida: nunca fale isso para uma pessoa, independente de quem for.
Por anos eu tive que lutar contra quem eu sou. Por anos as pessoas tentaram me colocar em caixas padronizadas, mas eu não sou o padrão. Por anos eu escondi as minhas tatuagens e aguardei anos para ter cabelo colorido. Não mais. Eu estou em uma nova fase: eu sou eu e será meu amigo quem gosta de mim pelo que eu sou e a real pessoa que eu sou. Eu não sou normal mesmo e estou bem com isso. Gosto da minha vida assim. Escolher a vida fácil? Não é para mim. Prefiro ser uma fighter e lutar pelo que eu quero e continuarei a lutar sempre.
Tudo isso é para explicar quem é a pessoa por trás do Passaneura. Meu nome é Tatiana Michels Rossi, eu tenho 32 anos e eu ralei muito na vida e me orgulho disso. O Passaneura irá voltar, mas também irá nascer um novo site: o meu, com o meu nome.
Para finalizar o post (porque eu uso esses posts como memória) eu deixo a música da minha amiga Hildur, que tem uma história idêntica à minha. This is me: Tatiana.
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