Olheiras: não é uma questão fácil de ser tratada

Coloração: alguns pacientes apresentam hipercromia na região periorbital, ou seja, ficam com coloração escurecida na região próxima aos olhos, resultando um aspecto cansado e envelhecido.

Vascularização: A região periorbital é intensamente vascularizada, em alguns casos se consegue visualizar os vasos, principalmente se a pele é mais fina e, consequentemente, mais transparente. Esses vasos podem dar a região um aspecto azulado ou vinhoso, dependendo do predomínio do tipo de vaso e da quantidade destes. Sem dúvida a predisposição genética também é um fator a considerar, onde a hiper pigmentação surge já na adolescência e com a idade, o quadro tende a se acentuar devido à diminuição da circulação sangüínea na região. Pode-se dizer que o excesso de pigmentação da pele é o que provoca o desenvolvimento de uma mancha acastanhada na área dos olhos, característica das olheiras.

Cansaço, estresse físico ou psicológico, excesso de bebida alcoólica, dentre outros fatores, podem causar olheiras.

E como esse processo, olheiras, ocorre? A funcionalidade é mais ou menos assim, preparem-se para a nomenclatura:

No rompimento dos vasos sangüíneos ocorre o desenvolvimento de edema que ocasiona um acúmulo de melanina ou de micro vasos arteriais na região periorbital, levando ao inchaço das pálpebras.

A porção férrica da hemoglobina se liga a uma parte protéica formando a ferritina (porção de ferro disponível no organismo). A degradação da ferritina libera os íons férricos, que desligados da parte protéica, tornam-se tóxicos, e reagem com o oxigênio produzindo radicais livres.

Para evitar este processo, o organismo se protege formando a hemossiderina, uma espécie de armazenagem do íon ferro cristalizado que se acumula nas células, principalmente do retículo endotelial.

O resultado é a formação de um composto insolúvel, atóxico, que se deposita na derme superficial levando à hiperpigmentação suborbital, ou seja, olheiras. (Fonte: Dra. Glades Thomasi, Médica dermatologista.)

Ufa!!! Nada fácil para quem quer “somente” se livrar desse “tonzinho” singular que às vezes nos faz pensar que passamos a sombra no lugar errado do olho, não é mesmo? Calma, pois já vamos falar em alternativas para o tratamento.

Na verdade, essa divisão toda de causas é didática, esses fatores podem aparecer isoladamente ou não. E mais, todos esses fatores ou causas são passíveis de ocorrer ao mesmo tempo e em vários graus de severidade, o que faz com que existam vários “tipos de olheiras” e várias abordagens terapêuticas.
O importante é o tratamento, então, vamos às dicas sugeridas pela dermatologista Dra. Glades Thomasi.

O laser é o tipo de tratamento ideal para acabar com as olheiras, age no sistema vascular ou na pigmentação da pele. O laser de luz pulsada emite um feixe de luz que é atraído pela cor da região escura, causando a fragmentação do pigmento resultando no clareamento da pele. No tratamento a laser, os olhos devem ser protegidos para evitar que os raios atinjam o órgão, evitando correr o risco de uma queimadura ocular. O tratamento requer de 4 a 5 sessões e pode causar vermelhidão e inchaço no local por até 3 ou 4 dias. Nesse período é crucial evitar exposição solar para não ocasionar manchas na pele.

A carboxiterapia é outra opção para o tratamento das olheiras. Com a infiltração subcutânea de gás CO2 (dióxido de carbono), há um aumento das trocas de oxigênio no local, melhorando a irrigação e a nutrição celular. Na “carboxi” também ocorre o descolamento físico promovido pelo gás que estimula a formação de novas fibras de colágeno, .

Produtos que agem na drenagem local ou que melhoram a vasodilatação venosa, como por exemplo, os que contém bioflavanóides: rutina, benzopironas, escina.Também os que clareiam as olheiras por conter camomila, Hamamélis, Tília, Arnica e Bardana, e Vitamina K1.

Aqui não se pode deixar de citar o ácido tioglicólico. Atua direto na hiper pigmentação suborbital Tem a capacidade de quebrar o ferro da hemossiderina, reduzindo-o de íon férrico a ferroso e assim tornando-o solúvel e passível de ser absorvido pelas vias tradicionais, contribuindo para a suavização das olheiras e até mesmo sua remoção. Também os peelings suaves, à base de ácidos retinóico, glicólico ou solução de Jessner, em concentrações adequadas para área dos olhos, promovem a renovação da camada superficial da pele, amenizando as olheiras.

E então, pessoal, será que consegui “clarear” um pouquinho para vocês a questão das “escurecidas olheiras”? Espero que sim…

No entanto, aí vai mais uma dica para uma situação emergencial: Se você estiver em total “desespero”, com aquela aparência cansada, “escurecida” e quase vencida por olheiras persistentes e nada discretas, alguns truques de maquiagem poderão ajudar na situação.
Para disfarçar as olheiras você pode usar um corretivo do mesmo tom da pele. Mas cuidado, nada de aplicar o corretivo em toda parte inferior dos olhos! O Corretivo deve ser aplicado somente na parte ESCURA da região, na olheira.
Atenção: aqui a ordem dos fatores altera o produto final e a ordem correta será sempre: BASE + CORRETIVO + PÓ.

E, por fim, mais um “piteco” meu: Conforme comentei, em minha mini biografia de apresentação, para o Passaneura, visito médicos dermatologistas e constato que quando a opção para suavização das olheiras é para produtos de uso tópico, o ácido tioglicólico é um dos mais prescritos. No mercado existe um produto (Tioglic Stick) que apresenta 2,5% de ácido tioglicólico e onde 90% do odor forte, característico desse ácido, está neutralizado. No site da dermatan vocês encontram informações mais específicas sobre o Tioglic Stick.

Não pratique auto medicação, se você tem olheiras procure seu médico dermatologista.

Beijocas e boas energias!

Tânia Zimermann é colunista do Passaneura. Sua coluna pode ser conferida semanalmente às terças-feiras!