Nesse post vou abordar um tema relacionado com o bem- estar físico, funcional. Estive lendo sobre a relação que existe entre o peso corporal e a memória. Arrisco-me a deduzir que vocês possam vir a gostar do assunto. Então, vamos lá:
O que teria a ver com as nossas lembranças alguns quilinhos a mais? A princípio parece que nada, mas estudos revelam que sim. Peso em excesso e memória estão intimamente relacionados.
O excesso de tecido gorduroso ou adiposo, principalmente barriga, interfere no processo da memorização porque essas células gordurosas não se traduzem a apenas a estocar energia. Existe uma produção de moléculas que irão interferir em outros órgãos e entre eles está o cérebro. Na obesidade se dá a liberação de substâncias que favorecem uma inflamação crônica e com isso o aparecimento da demência. Além disso, se o corpo está acima do peso ideal o aproveitamento de dois hormônios é dificultado: a insulina e a leptina. A insulina transporta o açúcar para dentro dos neurônios e os abastece com energia. A leptina avisa, dá o comando de quanto o corpo está precisando de alimentos. Ela estabelece um efeito neuroprotetor e participa do processamento da memória em uma região específica no cérebro, o hipocampo.
Quando esses hormônios não funcionam como deveriam, o cérebro também não funciona.
Em um esquema básico pode-se entender mais sucintamente o que acontece:
1- Uma sobrecarga no depósito de gordura libera substâncias inflamatórias na circulação, que por sua vez atrapalham a comunicação entre os neurônios, prejudicando o cérebro e propiciando falhas na memória.
2- Costumeiramente o peso excessivo está por trás da resistência à insulina. Com isso, ocorre um distúrbio na oferta de açúcar para as células. Os neurônios sem glicose ficam sem energia e o processo da memorização fica prejudicado.
3- O tecido adiposo produz leptina a mais que cai na corrente sanguínea, mas os receptores da leptina, localizados no hipocampo, área vital da memorização, se apresentam com dificuldade para captá-la. Resultando disso uma menor capacidade para reter as lembranças.
4- Gordura além da conta estimula a arteriosclerose que é o entupimento dos vasos. Assim, o fluxo de sangue, oxigênio e nutrientes até o cérebro fica diminuído e a memória prejudicada.
5- Se as artérias não conseguem abastecer o cérebro como deveriam, devido ao menor fluxo sanguíneo ocorre a degeneração das células nervosas e conseqüente danos que propiciam o esquecimento.
Solução para isso? Basicamente uma alimentação equilibrada e exercício físico. Não se enganem, deixando esses cuidados para depois de “certa idade”. Isso tende a piorar a situação, pois é muito difícil mudar hábitos quando se está na faixa dos 40 anos em diante. Igualmente, o cuidado desde cedo com a alimentação, com o exercício físico e hábitos saudáveis farão uma enorme diferença posterior, quando a idade avançar e os processos corporais não corresponderem mais da mesma forma que quando se tinha vinte e poucos anos de idade.
CALIBRANDO A MEMÓRIA
Outra maneira de dar uma calibrada na memória é trabalhar com o cérebro. Palavras cruzadas, baralho, jogos em geral. Enfim, qualquer atividade que faça a massa cinzenta trabalhar. Aprender uma nova língua é uma das melhores atividades para o estímulo cerebral. Isso porque o cérebro se vê obrigado a criar novas sinapses, reforçando as conexões entre os neurônios. Com isso o lucro é um raciocínio mais rápido e uma memória reforçada, mais livre de esquecimentos.
Peso ideal ao longo da vida é o segredo de uma série de benefícios tanto para beleza como um todo, quanto para o funcionamento ideal de todo organismo.
Lucramos? Certamente que sim. Afinal, saúde é fundamental.
Ah, “não esquecendo”: a pele também agradece!
Boas energias e até o próximo post!
Referência de pesquisa:
– Exemplar de Agosto 2010 da “Saúde é vital”, Seção Medicina
Tânia Zimermann é colunista do Passaneura. Sua coluna pode ser conferida quinzenalmente às terças-feiras!
9 Comments
Vikamila
23/11/2010 at 10:09Nossa, por isso que estou esquecida…
irei me cuidar! Obrigada pela dica, linda!
Bju
Tânia
24/11/2010 at 00:56Obrigada pela participação! Beijo!
Samantha Abreu
23/11/2010 at 12:06Xiiiiiiiiiiii será que é por isso que tô meio esquecida ultimamente? shasuahsua
Bem vale a dica!!!
bjks
Tânia
24/11/2010 at 01:01Pode não ser apenas essa questão, Samantha. Na vida corrida e atropelada dos dias atuais a ansiedade e a falta de tempo e de descanso físico e mantal, também altera funcionamento do corpo.
Beijos!
Dine Maiochi
23/11/2010 at 14:19Parabéns pelo post, adorei.
Nunca imaginei que o peso tivesse alguma relação com “falta de memória”. Com certeza, esse é mais um ponto que nos fará cuidarmos mais da alimentação e praticar exercícios físicos.
beijo
Tânia
24/11/2010 at 01:02Obrigada, Dine! Que bom você ter gostado.
Beijos!
Rêh
23/11/2010 at 19:36Eu, como bióloga, achei esse artigo interessantíssimo…
Sabia de todas essas consequêcias, e achei que ficaram muito bem expressas aqui para pessoas leigas!
Parabéns
Tânia
24/11/2010 at 00:54Que bom Rêh! A idéia é essa, poder informar de maneira a passar uma idéia geral e de fácil compreensão para não tornar a leitura enfadonha.
Obrigada por sua participação!
Paula
26/11/2010 at 09:48Apenas uma correção: o tecido nervoso não é insulino-dependente, por isso a resistência insulínica não afeta neurônios!!! na verdade a principal consequencia da RI é a hiperglicemia que pode levar a um diabetes tipo2 e ai sim causar danos neurais.