A Acne na Fase Adulta (AFA) | Por Tânia Zimermann

Dois grupos distintos de acne adulta podem ser identificados: o chamado “acne persistente”, que é mais comum e uma evolução da acne na adolescência, e” acne de início tardio “, partindo apenas depois de 25 anos de idade.Em se tratando do sexo feminino, a acne na fase adulta pode estar associada a uma doença endócrina, porém na maioria dos casos não existe tal associação.

Há um aumento no número de lesões de acne em até 60-70% das mulheres, especialmente no período pré-menstrual.

Mesmo não existindo uma doença subjacente como causadora da acne, as manifestações clínicas criam um grande desconforto para o paciente, não só devido ao aparecimento de lesões ativas, mas também devido à sua cronicidade e cicatrizes posteriores.

O quadro clínico da acne pode agravar-se com o uso de cosméticos, como maquiagem, hidratantes e filtros solares inadequados. No que diz respeito aos tratamentos de uso tópico, estudos comprovaram que 50% das mulheres que haviam usado medicamentos e cosméticos não obtiveram um resultado satisfatório de sua condição.

A literatura também descreve a hereditariedade, o estresse e o fumo como fatores associados com o agravamento da acne. A maioria dos casos de acne são acompanhados de antecedentes familiares, o que parece indicar uma associação com história familiar da doença.

Fatores que se mostram evidentes no quadro de AFA ( Acne na Fase Adulta):

• Alterações hormonais associadas.

• A faixa etária mais acometida parece ser entre 25 e 35 anos, sendo que a idade média fica na casa dos 33,9 anos. Importante notar que esse número se refere apenas a mulheres que não apresentam doenças hormonais.

• Na literatura médica não há nenhuma evidência de predominância da acne na fase adulta em qualquer grupo étnico.
  • Embora não haja nenhuma associação clara do uso de cosméticos na causa da acne adulta no sexo feminino, a utilização de cosméticos, bem como o das drogas, parece ser relevante para o agravamento da acne em mulheres com mais de 25 anos.

• A maioria das mulheres, relatam surgimento de lesões após o uso determinados cosméticos, em especial os comedogênicos, logicamente.

• A automedicação também parece ser uma prática freqüente, onde uma média de 50% das mulheres, antes de visitar um dermatologista, utiliza algum produto para reduzir lesões de acne e não obtém as melhorias esperadas.

• Hereditariedade, estresse e fumo agravam o quadro clínico da acne feminina na fase adulta. Quanto ao estresse emocional, os autores sugerem que cerca de 50% dos pacientes relatam piora dos sintomas e há evidências de que a acne é mais prevalente e severa em fumantes do que em não fumantes.

Mesmo que o tratamento da AFA (Acne na Fase Adulta) não difira significativamente da acne na fase da adolescência, os dados publicados sugerem que a associação de drogas sistêmicas deve ser utilizada em casos mais resistentes. A busca de uma orientação médica, de um dermatologista, se faz condição necessária.

Concluindo, mulheres com acne na fase adulta têm uma alta probabilidade de alterações hormonais e tal condição deve ser avaliada no início do tratamento. O tratamento da AFA em pacientes sem doenças hormonais é semelhante ao da acne vulgar, produzindo os mesmos resultados em um período semelhante de tempo. Porém, atenção especial deve se dada com medicações irritantes ou agressivas, uma vez que este grupo parece ser mais propenso a irritações na pele.

Tânia Zimermann é colunista do Passaneura. Sua coluna pode ser conferida quinzenalmente às terças-feiras!

Créditos da Matéria:
Texto: Tânia Zimermann
Fonte referencial de pesquisa: Anais Brasileiros de Dermatologia Uma. Bras. Dermatol. vol.85 no.6 Rio de Janeiro Nov. / Dec. 2010
Trabalho realizado na Medcin Skin Institute, um centro de dermatologia clínica – São Paulo (SP), Brasil
Editoração gráfica: Tatiana Michels
Imagens: Getty Images